Reajuste salarial dos profissionais do magistério está previsto para 3,62% abaixo da inflação, que fechou o ano em 4,72%

Portaria do Governo Federal divulgou valores que servem como base para cálculo do reajuste salarial dos professores e patamar desagradou categoria por estar abaixo da inflação.

A publicação de uma portaria conjunta do Ministério da Fazenda (MF) e do Ministério da Educação (MEC), que estabelece os valores transferidos pelo Governo Federal para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) em 2024, no último dia 29, provocou a atenção da classe política quanto ao piso salarial dos professores.

O percentual obtido da diferença entre 2022 e 2023 é de aproximadamente 3,62%, patamar inferior ao da inflação, que fechou o ano em 4,72%, segundo apontou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – cálculo que é tido como a prévia oficial do país. Uma vez abaixo do resultado, que influencia diretamente no preço de produtos, sejam alimentos ou outros bens de consumo, os ganhos dos professores perdem valor real de compra.

Um dos que manifestaram insatisfação com a portaria foi o deputado federal Idilvan Alencar (PDT). Ao que disse o parlamentar cearense, o reajuste mais recente é muito abaixo dos dois últimos: 14,95% (2023) e 33,24% (2022). Quando aplicada a majoração sobre o atual padrão de remuneração, o salário salta timidamente de R$ 4.420,55 para R$ 4.580,57. O aumento, na prática, seria de R$ 160.

“Eu considero que os gestores, sejam os governadores ou prefeitos, precisam fazer um esforço financeiro para que tenha pelo menos um ganho real, acima da inflação”, sugeriu o político em entrevista ao Diário do Nordeste.

Segundo ele, a questão foi um dos pontos de pauta de uma conversa com o titular do MEC, Camilo Santana (PT), antes da divulgação da tabela de valores. Fui recebido por ele na quarta-feira (20) e a portaria saiu no dia 29 de dezembro. Mas como eu já tinha alguns prognósticos, demonstrei minha preocupação com esse possível valor”, comentou Alencar.

O parlamentar afirmou que a partir da portaria baixada, a ideia é que haja uma complementação dos vencimentos dos educadores pelos administradores de municípios e estados. “Agora, vou me juntar com as centrais sindicais para fazer com que tenha um valor um pouco maior”, apontou.

O índice também foi repercutido pela deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL). Em suas redes sociais, ela manifestou a insatisfação com a perspectiva de majoração deste ano. “Acompanhei nos últimos dias o debate sobre o reajuste do piso salarial do magistério, que ficou em 3,62%, índice abaixo da inflação. Isso significa a absurda redução do piso”, escreveu ela em seu perfil no X, antigo Twitter.

Por: ES NEWS – Fonte: Diário do Nordeste.

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