Aos 7 anos, menino-prodígio da Maré aprende inglês sozinho, ganha bolsa em Harvard e quer criar robôs

Um menino de 7 anos, morador do Complexo da Maré, comunidade do Rio, sonha em construir robôs agrícolas, depois de fazer um curso de programação online na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. 

Priscila de Melo percebeu que o filho, Álvaro, tinha habilidades especiais quando ele aprendeu a ler, aos 4 anos, depois de duas semanas jogando o GraphoGame, um programa do Ministério da Educação que ajuda crianças no processo de alfabetização.

Durante a pandemia, veio o diagnóstico: a criança possui AH/SD (altas habilidades/superdotação), uma condição caracterizada pela potencialidade de aptidões, talentos e habilidades.

Logo o menino começou a se interessar pela língua inglesa, ao notar que seus super-heróis falavam o idioma nos filmes. Aprendeu a língua também por conta própria, com a ajuda de aplicativos, o que foi o suficiente para que ele respondesse às questões socioeconômicas necessárias para se inscrever na instituição americana.

“Sempre buscamos cursos gratuitos para ele à noite e aos fins de semana. Nessas pesquisas [sobre cursos para fazer], ele encontrou Harvard”, afirma Priscila, que é formada em biologia e trabalha na área da educação.
A universidade lhe concedeu um auxílio financeiro, que possibilitou que o menino fizesse o curso online. Álvaro estudou aquilo de que mais gosta: programação de games. Seu primeiro jogo, no qual um menino tem de desviar de balas em frente a uma escola, reflete bem a sua realidade.

Priscila conta que, quando o filho resolveu se inscrever no curso, no ano passado, teve que fazer uma vaquinha para pagar os R$ 2.000 de taxa do certificado. Mas valeu a pena. Foram três semanas de aulas em inglês sobre diferentes linguagens de programação usadas para desenvolver animações.

“Lá ele pôde usar sua criatividade para expressar o que sente. Onde nós moramos, não tem ninguém que jogue xadrez ou que fale inglês com ele. Isso dificulta a evolução dele, mas ainda assim ele é bastante empenhado”, conta. 

Priscila conta que encontrou um curso online de games ministrado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e entrou em contato com a coordenadora do projeto, para que ela aceitasse o filho como aluno.
Álvaro tem vontade de estudar na Europa, porque sua bisavó tem nacionalidade portuguesa. E sua mãe está juntando dinheiro para dar entrada na dupla cidadania do menino, o que lhe abrirá mais oportunidades.
Ele começou a se interessar por agricultura ao viajar para se encontrar com familiares que têm um sítio. Priscila conta que lá a criança aprendeu a acender fogão a lenha, colheu frutas do pé, cuidou de vacas, bezerros e galinhas e andou a cavalo. Agora, Álvaro quer aprender sobre robôs agrícolas. Para ele, o céu é o limite.

Por: R7 – São Paulo.

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