Milhares de pessoas protestam na Colômbia contra Gustavo Petro, presidente de esquerda que assumiu há 50 dias

Presidente propôs uma reforma agrária e aumentar impostos para ricos. Parte da sociedade colombiana foi às ruas e pediu ‘Fora, Petro’, presidente que assumiu há menos de dois meses.

Milhares de pessoas marcharam nesta Segunda-feira (26) nas ruas das principais cidades da Colômbia contra as medidas propostas pelo presidente esquerdista Gustavo Petro, como o aumento dos impostos para os ricos e a reforma agrária. “Petro prometeu uma mudança de política geral, mas se cercou de políticos corruptos. Isso é enganar”, disse Orlando Novoa, de 60 anos, proprietário de uma construtora com cerca de 30 funcionários. Em Medellín, uma equipe do canal estatal Telemedellín foi agredida por manifestantes e precisou abandonar a cobertura, denunciou a ONG Fundação para a Liberdade de Imprensa.

Petro se tornou o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia ao conquistar pouco mais da metade do eleitorado com propostas de reformas, como aumentar os impostos sobre os ricos, frear a exploração de petróleo e fazer uma reforma agrária para distribuir terras férteis entre os camponeses sem terra.
[26/9 23:16] ES NEWS – Elizeu Silva: Para colocar em prática estas iniciativas, Petro formou uma coalizão legislativa majoritária com o apoio de vários partidos tradicionais.

Na capital, dezenas de jovens que se mobilizaram em defesa do presidente trocaram insultos e empurrões com seus opositores, obrigando funcionários da prefeitura a intervir. As manifestações percorreram as ruas de Medellín, Cali , Bucaramanga e outras capitais estaduais.

A chegada de Petro ao poder estimulou indígenas e camponeses a ocupar à força dezenas de propriedades. Petro criticou as invasões, mas mesmo assim, em Cali, centenas de pessoas vestidas de branco levaram às ruas cartazes que diziam “Respeito à propriedade privada” e “Petro incentiva o crime em vez da produção”. Petro foi membro do M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana, durante 12 anos. Em 1990, o M-19 assinou um acordo de paz e se tornou um partido político.

Os manifestantes contrários a Petro também reclamam do passado de Petro: “É uma desonra ter um presidente guerrilheiro. Fico indignada”, disse Manuela Hernández, de 62 anos, dona de uma empresa de roupas de banho em Bogotá.

O presidente anterior, Iván Duque, enfrentou grandes protestos em 2019, 2020 e 2021, liderados por jovens.

Por: G1

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