Policial Penal é preso suspeito de liderar um esquema que facilitava entrada de celulares em presídio no Ceará
O ex-diretor de presídios preso na quinta-feira (31) por suspeita de liderar um esquema que facilitava a entrada de celulares para detentos de uma unidade prisional de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, ostentava nas redes sociais com viagens internacionais.
Ramony Melo é natural de Russas (CE) e desde agosto de 2021 foi admitido na Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP). Conforme o portal Ceará Transparente, atualmente o salário bruto dele é de R$ 14.422,94 e o líquido de R$ 11.016,13. Em pouco mais de três anos de carreira, o policial já foi diretor de, ao menos, três unidades prisionais da Grande Fortaleza. A mais recente delas é a Unidade Prisional Agente Penitenciário Luciano Andrade Lima (UP-Itaitinga1), de onde ele foi exonerado do cargo no dia 17 de outubro. A exoneração dele foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) da última quarta-feira (30).
O agente também foi diretor da Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga2) e em 2023 atuou como chefe de equipe da Unidade Prisional de Segurança Máxima do Estado do Ceará (UP-Máxima), em Aquiraz, que abriga presos de alta periculosidade ou que correm alto risco.
A captura do agente foi resultado de uma investigação da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). Além do mandado de prisão temporária, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o ex-diretor. Na ocasião, foram apreendidos diversos aparelhos celulares, dinheiro em espécie e um carro de luxo de propriedade do investigado.
“A Controladoria também determinou a instauração de processo disciplinar para devida apuração do fato na seara administrativa”, disse a CGD.
O advogado do policial penal, Walmir Medeiros, afirma que “não há nenhum indício” de que José Ramony tenha cometido o crime do qual é suspeito e que ele já havia combatido a entrada de celulares nos presídios.
“Por enquanto, não há provas contra ele, além de depoimentos de presos, presos dizendo que foi ele que colocou aqui. Muitas vezes se faz isso para culpar alguém, exatamente alguém que estava sendo contra, alguém que estava prejudicando”, diz a defesa.
Em nota, a SAP informou que “apoia de forma integral e transparente o trabalho da Controladoria”. “Por fim, a SAP reafirma o seu compromisso ininterrupto de combate ao crime organizado”, disse a pasta onde o agente era lotado.
Por: G1-Ce.